As Baleias Francas ou Eubalaena Australis (subespécie de características cetáceas da parte Oriental do Hemisfério Sul) usam a península Valdés, na Argentina, como um espaço para reprodução. Desde 2003, registros mostram mais de 600 baleias encalhadas na costa da Argentina, 538 dos quais eram filhotes de baleia. Na verdade, 113 filhotes morreram apenas no ano passado. É por isso que cientistas do mundo todo estão se mobilizando para encontrar a causa deste problema

O programa de Controle Sanitário da Baleia Austral está sendo liderado pela Dra. Marcela Uhart, veterinária especialista, e Denise McLoose, patologista e veterinária, ambas colaboradoras da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem. Elas explicam que durante 2021, um terço dos filhotes de baleia da península morreu. Essa situação gera um alerta sobre a continuidade da espécie, já que a população atual é apenas uma pequena fração de seu tamanho original.

Atualmente, a equipe não sabe a causa certa das mortes. Amostras de tecido foram recoletadas e testadas para doenças infecciosas e tóxicos. O único padrão em comum no incidente é que a maiora das baleias era de recém-nascidos.

Cientistas se reuniram para a 44a Conferência Anual da Associação Internacional de Medicina para Animais Aquáticos (IAAAM) celebrada em Saulito, Califórnia, para analisar as novas descobertas sobre o acontecimento. O Dr. Peter Thomas, coordenador do workshop, explica que analisando as altas taxas de mortalidade em anos sucessivos, pode-se deduzir que as baleias em Valdes “são menos saudáveis e resistentes do que pensávemos”. Pode ser devido aos ataques constantes de gaivotas especialmente agressivas com baleias jovens. Estas aves se alimentam da carne de baleias e gordura, mas elas causam vários ferimentos a elas.

Explicar as causas destas mortes é essencial para a conservação da espécie, criticamente ameaçada não apenas na Argentina, mas também no resto do mundo, especialmente se se depararem com uma crise similar.